
Se a intenção era retratar o modo como Corgan vê sua América atualmente, a impressão que temos é a de alguém decepcionado e cansado, com seu amor nostálgico e um estranho gosto pela dor. Versos como "we're giving back the dream... even angels sleep sometime" ("estamos devolvendo o sonho.. até mesmo anjos dormem às vezes"), em "Pox", segunda faixa do EP, reforçam essa idéia.
Quase não se ouve o som de guitarras nas 4 faixas (ao todo, cerca de 18 minutos) que formam o EP. Os violões estão em primeiro plano e teclados podem ser percebidos em alguns momentos, sendo que até mesmo a bateria de Chamberlim está mais contida, mantendo o ritmo mais lento, como em "The Rose March", música que abre American Gothic.
Se comparado com seus álbuns e EP's anteriores, American Gothic representa de certa forma um atraso para o Smashing Pumpkins por não apresentar nada de novo em sua sonoridade e sequer conseguir remeter aos melhores momentos da banda ao longo dos anos 90, no máximo se aproximando das canções mais pop e singelas de Machina / The Machines of God e Zeitgeist.
As aspas na "banda", no primeiro parágrafo, são justificadas pelo fato de Corgan ter gravado todos os instrumentos (algo que se suspeita também ter acontecido durante as gravações de algumas músicas da banda no passado), exceto a bateria, à cargo de Jimmy Chamberlin (único membro original da banda com quem Corgan manteve uma relação ao longo dos anos). Os dois também assinam a produção do CD, gravado durante o intervalo na turnê no fim de 2007.
American Gothic foi lançado apenas na internet no dia 1 de janeiro deste ano e chega às lojas do exterior, no formato CD, na próxima semana. Uma versão especial de Zeitgeist, à venda no iTunes, também inclui o EP como bônus.
Faixas:
01. the rose march / 02. pox / 03. again, again, again (the crux) / 04. sunkissed
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Por Marcelo Santiago
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